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quarta-feira, maio 11, 2005
  As idades do espaço ( 1 )
A escala humana dos gregos

Partenon de Atenas (447/ 438 a.C.)

O Templo grego caracteriza-se por uma enorme lacuna e uma supremacia incontestada;
a lacuna consiste em ignorar o espaço interior;
a glória na escala humana.


Se vemos opostos nos seus juízos, conhecidos arquitectos modernos e assistimos à admiração que Le Corbusier manifesta, e ao desprezo de Wright, isso resulta de uns valorizarem o espaço e outros a escala.

O arquitecto deve ser também um escultor para poder transmitir, através do tratamento plástico do invólucro mural e dos elementos decorativos, o prolongamento do tema espacial; mas o mito que coloca Fídias (o escultor), acima de Ictino e Calícrates (os arquitectos), como o idealizador do Partenon simboliza o carácter meramente escultórico das construções religiosas gregas.


Os templos gregos são espaços não apenas encerrados, mas literalmente fechados, e o espaço interior fechado é característico da escultura.



A arquitectura grega, triunfa pela humanidade das proporções e da escala, pelas insuperadas jóias de escultórea graça repousante, adequadas na sua abstracção, esquecidas de todos os problemas sociais, autónomas no seu fascínio contemplativo e impregnadas de uma dignidade espiritual nunca mais alcançada.

( baseado em Bruno Zevi, “Sapere vedere l’architettura”, 1948)

 




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